sexta-feira, 19 de junho de 2020

15:15


19 de Junho de 2020...
Olho para as horas e são 15:15.
Quando isto me acontece 
Considero que estou no caminho da minha prece.
Estou em sincronicidade
E sinto realmente uma certa felicidade.

Passamos tanto tempo a olhar para outra realidade
Que depois já nem se sabe qual é a verdade da felicidade.
Então copia-se outra cidade.
Mas ela encontra-se em estado de calamidade...
ou a atingir a sua verdade.

A verdade é que podemos fazer parte do mesmo país,
mas uma cidade igual à outra não pode ser completamente feliz.
15:15 para mim pode ser sincronicidade
e para ela ser somente facto da realidade.

Então porque houve necessidade de pegar no caderno e caneta precisamente às 15:15?
Porque é que o sentimento se deu às 15:15 e não às 15:16?
Porque é que quis olhar para o relógio quando na verdade só ia buscar um caderno e uma caneta? 

O facto da realidade 
é que partes da sua diversidade
somam-se em sincronicidade 
apontando o caminho da nossa (minha) verdade. 






sexta-feira, 12 de junho de 2020

Não sabes se viras à esquerda ou direita
então focas-te no centro.
Tens uma folha e caneta.
Estás com curiosidade a ver se algo se te apresenta.
Mas nada surge.
E o tempo urge.
Isto é uma melodia
para afastar a apatia
porque se queres mudar o dia
tens de criar outro pensamento
encontrar um instrumento
e fazer dele o teu alento
nem que seja só por um momento
e nesse entretenimento
de tal descobrimento
crias um novo alimento
que te dará um sustento
nem que seja por um breve tempo.
E acredita que assim
passaste da apatia ao festim
sempre a cantarolar isto até ao fim.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Vidas Paralelas existem ?

Vidas paralelas ...

Às vezes perguntam se existem vidas paralelas? 
O que existe é o livre arbítrio: vou pelo lado A ou vou pelo lado B? e conforme o que fazemos desse livre arbítrio é o que determina a nossa vida e é o que vai criando a nossa vida. 


A Unicidade  #1

- Flor, como posso saber quem sou?
- Se ficas sem as tuas roupas quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu emprego quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu dinheiro quem é que tu és?
    Se ficas sem a tua família e amigos quem é que tu és?
    Se ficas sem...
- Já percebi! - respondia o Ser Escondido - Nós não precisamos de nada para sermos quem somos.
- Nós precisamos de tudo!
- Ham?! Então assim não percebo...
- Nós precisamos de tudo e de nada para encontrar o meio termo. Tendo tudo ou tendo nada tens apenas que entender porque tens ou não tudo isso e o que deves fazer com isso.
- Mas Flor... tu dizes isso porque tu és linda. Tens imensas pétalas, estás bem nutrida, o sol toca em ti todos os dias. Mas eu não sei o que sou ou o que serei. Nem sei porque é que tenho e não tenho o que tenho... Eu preciso da tua ajuda. 
- Claro que te ajudo. Pousaste aqui por alguma razão. Vou-te ajudar sempre!
- Então eu posso ficar aqui contigo para sempre? Sinto-me tão bem aqui...
- Por mim podes! Se é isso que queres... eu fico muito contente claro!
- Ahh... O que é aquilo ali ao fundo? Estão a voar!!
- São borboletas!
- Que lindas borboletas! Que bonitas as suas asas!
- As borboletas não dependem do outro para terem aquelas asas sabias? 
- Não...
- Quando precisam de repouso um sitio, um auxilio, lhes surge. Elas tiveram o auxilio que necessitavam e sempre que chegava a hora partiam. Foi assim que belas asas nasceram.
- Mostram a sua beleza interna...
- Sim. No meio de todo o apoio e de nenhum apoio elas construíram belas asas que permitem chegar a toda a gente e espalhar brilho por toda a gente.
- As borboletas são mágicas! Háá!!! - exclamava admirado - Estão a aproximar-se de nós!!
- Está na hora...
- Está na hora?!
- Chegou a tua altura de partir...
- Mas eu não quero ir! Tu disseste que eu podia ficar aqui contigo para sempre!!
- Preferes ficar aqui comigo?
- SIIIMMMM!!! 
- Mas não seria bom conhecer como é estar perto daquelas borboletas?
- Talvez... mas eu estou tão bem aqui... Por mim fico aqui!
- Então está bem! Tu é que sabes! Ficamos juntos para sempre!!
- Ficamos juntos para sempre!!

E os dias foram passando, os ventos foram chegando e as pétalas da Flor foram murchando.
O Ser Escondido nunca se viu, colado à Flor ele se decidiu e quando esta partiu aquele ser descobriu que nunca acendeu o seu pavio. 


A Unicidade #2

- Flor, como posso saber quem sou?
- Se ficas sem as tuas roupas quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu emprego quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu dinheiro quem é que tu és?
    Se ficas sem a tua família e amigos quem é que tu és?
    Se ficas sem...
- Já percebi! - respondia o Ser Escondido - Nós não precisamos de nada para sermos quem somos.
- Nós precisamos de tudo!
- Ham?! Então assim não percebo...
- Nós precisamos de tudo e de nada para encontrar o meio termo. Tendo tudo ou tendo nada tens apenas que entender porque tens ou não tudo isso e o que deves fazer com isso.
- Mas Flor... tu dizes isso porque tu és linda. Tens imensas pétalas, estás bem nutrida, o sol toca em ti todos os dias. Mas eu não sei o que sou ou o que serei. Nem sei porque é que tenho e não tenho o que tenho... Eu preciso da tua ajuda. Posso ficar aqui contigo para sempre? Sinto-me tão bem aqui...
- Isso é que nem pensar! - respondia num tom altivo - Não te podes autosabotar!
- O quê?
- Tu nunca estiveste tão perto de saberes quem tu és como agora! É por isso que te questionas!! Quando estamos quase lá e até temos um grupo de pessoas que nos apoia mas depois chega a hora e não conseguimos ou não queremos avançar isso é falta de maturidade.
- Mas eu não fico parado. Eu tento sempre dar o meu melhor!
- Pois tentas. Por isso é que tu vais conseguir o que queres. Alinhas-te contigo mesmo e tudo resulta.
- Mas eu por mim ficaria aqui mais uns tempos... 
- Olha ali ao longe...
- O que é aquilo? Estão a voar!!
- São borboletas!
- Que lindas borboletas! Que bonitas as suas asas!
- As borboletas não dependem do outro para terem aquelas asas sabias? 
- Não...
- Quando precisam de repouso um sitio, um auxilio, lhes surge. Elas tiveram o auxilio que necessitavam e sempre que chegava a hora partiam. Foi assim que belas asas nasceram.
- Mostram a sua beleza interna...
- Sim. Tal como tu também tens uma beleza interna enorme.
- Mas eu posso primeiro ter essa beleza interna aqui contigo e depois mais tarde ir ter com as borboletas ou com outros seres... Posso?
- Se é isso que queres... eu fico sempre muito contente por ter companhia.
- Eu adoro a tua companhia!
- E eu adoro a tua! 

Pela companhia um do outro ali permaneceram. E um dia a Flor murchou e o Ser Escondido se escondeu ainda mais porque ficou com muita dor de ter perdido o seu único e conhecido amor. 


A Unicidade #3

- Flor, como posso saber quem sou?
- Se ficas sem as tuas roupas quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu emprego quem é que tu és?
    Se ficas sem o teu dinheiro quem é que tu és?
    Se ficas sem a tua família e amigos quem é que tu és?
    Se ficas sem...
- Já percebi! - respondia o Ser Escondido - Nós não precisamos de nada para sermos quem somos.
- Nós precisamos de tudo!
- Ham?! Agora até tive um déjà vu... mas então assim não percebo...
- Nós precisamos de tudo e de nada para encontrar o meio termo. Tendo tudo ou tendo nada tens apenas que entender porque tens ou não tudo isso e o que deves fazer com isso.
- Mas Flor... tu dizes isso porque tu és linda. Tens imensas pétalas, estás bem nutrida, o sol toca em ti todos os dias. Mas eu não sei o que sou ou o que serei. Nem sei porque é que tenho e não tenho o que tenho... Eu preciso da tua ajuda. Posso ficar aqui contigo para sempre? Sinto-me tão bem aqui...
- Isso é que nem pensar! - respondia num tom altivo - Não te podes autosabotar!
- O quê?
- Tu nunca estiveste tão perto de saberes quem tu és como agora! É por isso que te questionas!! Quando estamos quase lá e até temos um grupo de pessoas que nos apoia mas depois chega a hora e não conseguimos ou não queremos avançar isso é falta de maturidade.
- Inseguranças?
- Existe medo de assumir responsabilidades, medo de arriscar e entra-se em procrastinação. Surge o medo de crescer porque há um preço a pagar.
- Um preço a pagar?
- Todas as nossas acções têm consequências. Às vezes não consegues avançar porque tens medos e outros bloqueios e então escolhes a estagnação e outras vezes queres muito avançar mas não consegues porque estás a pagar as consequências do passado. Precisas de alinhar a tua parte emocional, mental e espiritual, só quando estas três partes estão alinhadas é que alcanças uma boa maturidade e consegues trilhar um bom caminho.
- Há pois... Mas eu não me sinto à vontade sem ti. Deixa-me ficar aqui por favor. Só mais uns tempinhos...
- Tu já estás pronto! Daí os medos surgirem. Tens que ultrapassar os medos. Não podes ficar a depender do outro para seres feliz e desenrolares a tua vida.
- Mas eu não quero ir!
- Se não fores, quando o vento vier irá soprar forte e tu cairás...
-Mas eu não quero ir!! Eu tenho medo...
- Se precisares de auxilio ele aparece.
- Eu estou a pedir-te agora esse auxilio!
- Nesta fase em que te encontras o auxilio é que tem de vir a ti se for necessário. Precisas de ir. É neste ir que tu sabes quem és. Se não fores nunca sairás do mesmo lugar.
- Mas eu não quero ir!
- Olha ali ao longe...
- O que é aquilo? Estão a voar!!
- São borboletas!
- Que lindas borboletas! Que bonitas as suas asas!
- As borboletas não dependem do outro para terem aquelas asas sabias? 
- Não...
- Quando precisam de repouso um sitio, um auxilio, lhes surge. Elas tiveram o auxilio que necessitavam e sempre que chegava a hora partiam. Foi assim que belas asas nasceram.
- Mostram a sua beleza interna...
- Sim. No meio de todo o apoio e de nenhum apoio elas construíram belas asas que permitem chegar a toda a gente e espalhar brilho por toda a gente.
- As borboletas são mágicas! Háá!!! - exclamava admirado - Estão a aproximar-se de nós!!
- Está na hora...
- Pois está... - respondia conformado e consciente 
- Força!!
- E tu não vens?
- Eu não... eu já encontrei o meu lugar. - respondia sorrindo - Força! Tu és único e unido a tudo! 
- Sim! - e num acto de coragem e buscando a confiança enquanto se ia repetia - Eu sei quem eu sou. Eu sei quem eu sou. Eu sei quem eu sou.

E do novelo de larva que cobria o seu ser escondido, a essência rasgou-o e asas surgiram levando-o para junto das outras borboletas. A Flor todos os dias o avistava e se maravilhava com tanto brilho que das suas asas ele dava.


Às vezes perguntam se existem vidas paralelas? 
O que existe é o livre arbítrio: vou pelo lado A ou vou pelo lado B? e conforme o que fazemos desse livre arbítrio é o que determina a nossa vida e é o que vai criando a nossa vida. 

🔹www.catarina.site  

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Ligações

As ligações que criamos
mostram a vida que escolhemos.
Nem sempre é fácil aquilo com que nos deparamos.
Uns são iguais a nós e outros o nosso oposto.
São o espelho que temos.
E o que temos é o que vamos pedindo.
Às vezes nem sempre o que pedimos é o melhor.
Então há que reajustar.

Quando muitos pensamentos pairam no ar
significa que nem tudo é para escutar
porque existem demasiadas bocas invisíveis a flutuar.
Se dermos ouvidos a tudo
julgamos até as palavras do mudo!
E depois surgem os julgamentos
Os maus pensamentos
Os tormentos.
Ouvimos as outras bocas em vez da nossa!
Há que saber a nossa boca escutar.
Trabalhar
Trabalhar
Trabalhar.
Para que só da nossa boca e aléns o amor ande no ar.

Não no escuro mas sim na luz concentrar
é só isso que estamos cá para treinar.
Eu como um figo
e sigo
é assim que prossigo
metade das coisas eu não ligo
porque sou o meu melhor amigo
e a ti te digo:
prossegue
alegre
honesto
modesto
ao tom do teu gesto
sem um contesto
pois sabes que és
e quando isso se sabe
a contestação não cabe
porque tal é a verdade.
Não me interpretes mal.
Não estou aqui para ofender tal ou tal.
Mas o meu melhor amigo nem sempre é real
e por isso preciso
de um modelo conciso
alguém com juízo
que me dê um aviso
eu sempre reviso
mas nem sempre a vista é clara
e ter mais que dois olhos é coisa rara
e é por isso que às vezes a ferida não sara.
Então eu prossigo.
Metade das coisas eu não ligo
porque sou o meu melhor amigo,
mesmo que às vezes se meta comigo...
Mas eu ganho forças e olho para ele
tento entender o que me quer dizer.
Diz-me para eu apenas ser
e eu fico sem entender...
Eu já sou aquele ser!!
Então ele mostra-me o que é ser como deve de ser.
E eu ponho-me a ver.
Fico a estremecer.
Tenho tanto para aprender!
E ele diz-me assim:
"Come o teu figo, amigo,
eu ando sempre contigo, unido,
confia na vida, escuta a harmonia
que lida e convida a teres uma vida mais querida.
Limpa a ferida
que já está de partida
e sente!
Sente que eu já cresci dentro de ti
que eu estou aqui por ti
que eu vim de dentro de ti.
Sente o crescimento
está preso em cimento
porque é verdadeiro!
Queres modelo mais certeiro?"
E naquele diálogo todo eu entendi
que as coisas que eu não vi
era eu com medo de mim.
Abri-me assim
entendendo o todo e o nada.
Sigo caminho
com destino a uma morada
sossegada, calada, presente e vivente.
Digo-te a ti que aquilo que eu não vi
surgiu por ti.
Destapou-se a miragem.
Agora consigo ver a real imagem
e assim entendo que toda esta viagem
foi apenas uma curta-metragem.

(19/Mar/2020)
Achar que temos que agradar a toda a gente
É gerar uma má semente.
Não tens que estar sempre contente,
não tens que estar sempre reticente,
não tens que estar sempre presente,
não tens que agradar a toda a gente.

Porém,
há que a simpatia fazer brotar.
Não se pode estar sempre a refilar.
Nem deixar a coisa andar.
Mas é preciso sossegar.
É neste sossego que se houve o coração.

Às vezes a mente quer uma coisa e o coração pede outra.
Por isso é que às vezes nada acontece.
O coração mostra a razão.
O coração vai pelo amor.
A mente vai pela lei.
E o amor é a razão.

Se estás sempre a tentar agradar ao outro
estás a ir pela lei.
A lei é que diz
que deves fazer isto porque o outro vai gostar.
A lei é que diz
que deves fazer aquilo porque ficarás bem visto.
A lei é que diz
que como é lei deves perante ela actuar para assim teres mais espaço de ar.

Mas quando começas a entrar pelo caminho do coração
percebes que
o coração te diz
que tudo é efémero.
Que o coração te diz
que julgar é perder tempo.
Que o coração te diz
que é pelo amor que a fluidez se dá.
O coração é que te diz
que se és amor então és razão, porque é o amor que te dá a razão.

O amor não condena,
o amor não julga,
o amor não força.
Quando há o amor que vem da mente
a justiça se eleva, quer que haja justiça.
Mas nem sempre vem....
e perdemos o amor.
Forçámo-lo...
Quando há o amor que vem do coração
uma luz brilha de dentro
porque independentemente do que ocorra a luz só quer brotar amor.
E é precisamente essa luz que te confere a razão.
A razão de saberes que tudo é amor de luz
e que é a luz que cria a verdadeira lei
porque o amor de luz está acima de toda a razão e lei
e essa luz só se encontra dentro de cada um dos nossos corações.
Se cada um de nós vivesse pela sua luz
deixaria de haver necessidade de existir razão ou lei
porque tudo era luz.